Para os perdidinhos da silva que não sabem o que fazer com a sua vida
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Você só será guiado pela sua vocação quando compreender que há uma missão em sua mente que o levará a ganhar intenções claras no coração, te movendo para o núcleo inegável do seu caráter.
A sua mente, será resultante da sua capacidade de perceber suas ações e efeitos, de estimular o encontro real com âmago e te dar a noção proporcional do que é realmente valioso manter no centro da sua atenção.
Essa natural inclinação vocacional não será mágica, herdada naturalmente de um efeito pré-moldado de vida, mas se manifestará através do que existe de mais elevado e bom em você.
O que fazer da nossa vida não é apenas saber administrar recursos como tempo, dinheiro e energia em busca de sobrevivência, mas, geralmente, responde a uma necessidade fundamental.
A verdadeira razão para fazer o que fazemos deve partir do princípio que nunca teremos a certeza de qualquer tipo de segurança, mas devemos nos justificar na conquista de realidades notáveis.
Por outro lado, toda ideia precisa de financiamento. É nessa equação, entre a viabilização por investimento e o custo do sacrifício prático, que você verá a realização da satisfação, do sentido e do senso de coragem.
Dessa forma, não estou dizendo que o que você quer ser agora é automaticamente a sua verdadeira vocação, mas é a única pegada que você tem.
A vida te dará oportunidades de ir jogando com o que você quer e com o que a realidade te impõe. Essa regra do jogo não muda nunca.
Uma boa postura a ser tomada é aceitar e observar, sem questionamentos, tudo aquilo que lhe ocorrer. Seja isso bom ou ruim.
Por algumas vezes, se sentir fiador de tudo que lhe acontece. É claro que este é um exercício que não corresponde totalmente a realidade, mas o fato de sentir-se co-autor por tudo que lhe acontece te dá um senso de responsabilidade importante para produzir.
Com esse exercício, tente também adotar uma postura de jamais reclamar. Nunca. Vencer a tentação de lamentar não quer dizer não sentir o prejuízo, mas não prolongá-lo.
Considere que aquilo que acontece é autêntico, comum e transitório. Leve sempre em conta que a realidade é a sede da verdade.
Se não estiver satisfeito com o que ocorre e permitir que essa sensação se prolongue, sua mente se recusará a pensar nisso e outro problema surgirá: você estará desconectado da realidade pelo efeito dessa dor desnecessariamente prolongada.
Aceitar a realidade com plenitude implica que você colocou a realidade acima dos seus desejos. Se não adotar isso, nunca conseguirá distinguir o que é realidade e aquilo que está apenas imaginando. Essa é a principal razão de uma vida complicada.
Se você por acaso clicou nesse texto, alguma coisa te trouxe aqui. Sempre haverá uma grande diferença entre o que desejamos e o que conquistamos, mas existe um caminho em que podemos cultivar nossas virtudes reais e parar de fingir com aquelas que não existem.
Quando conseguimos perceber que não existe em nós nenhuma perfeição que aponte para uma personalidade intacta ou que a própria ideia de perfeição é próxima da loucura, ganhamos espaço para desenvolver nossa verdadeira personalidade a partir da percepção e do uso dessas virtudes.
Acabamos nos percebendo não mentindo para si. A virtude de ser sincero com tudo te ajuda a não enrolar a si mesmo.
Em torno dessa sincera percepção que podemos criar e moldar a nossa individualidade. Tentar ter todas as virtudes ou ignorar as lacunas de competência que existe em nós é exatamente o que nos empurra para fora da noção de verdade prática.
O lance é aprender a fazer o que tem que fazer, e no lugar de montar uma lista abominável do que você não é — e provavelmente nunca ser — temos que buscar as virtudes que queremos de toda maneira e o resto acaba sendo modificado sem que nos mesmo não percebamos.
Pensando apenas no mundo ideal, ficamos congelados, sem efeito prático e acabamos nos concentrando demais em nos mesmo, deixando a vaidade tomar conta de tudo.
Você não tem como achar uma pessoa que seja modelo de tudo, mas toda virtude no mundo e na vida das pessoas que admira são especializadas.
Nos somos aspectos recortados, seres incompletos e mutilados que não alcançará esse ideal da personalidade perfeito. A liberdade de seguir a vocação mostra, de imediato, todas as falhas e inaugura uma consciência mais nítida das verdadeiras fragilidades, diferenciando-as das armadilhas mentais.
Dessa forma, você tem uma visão mais ampla porque está vendo isso sob a perspectiva da verdade, e não mais através de seus olhos limitados.
O que você pode fazer para se lavar se o sabão que você fabrica não te lava pro completo? Modificar o conceito do que é um banho ou utilizar um sabonete que realmente limpe?
Você deixa de julgar a si no seu próprio tribunal. Não mais comete o erro de nivelar falhas e perdões como se tivesse a total condição de julgamento sadio.
Aprenda de uma vez: É melhor investigar a verdade, em vez de criar uma versão distorcida de acontecimentos, que beneficie somente a si mesmo.
O esforço da verdade tem que ir na direção do conhecimento e da forca existencial e apenas acompanhar a sua autopercepção dos seus defeitos e faltas. Você tem que considerar a realidade a volta.
A falta de felicidade de muitas pessoas, presumo eu, deve-se ao fato de elas tentarem viver uma vida toda hipnotizadas pela linguagem, conduzidas pelo falso comportamento, acreditando que somos o que pensamos e não o pleno resultado natural do que fazemos e vivemos.
Estamos amarrados em discursos teatrais em busca de uma graça sem identificar o pecado, vivendo irresponsavelmente com a verdade e, ao mesmo tempo, negligenciando assumir o lugar onde a realidade de quem somos sempre terá mais força do que as impressões que temos de nós mesmos, dos outros e do mundo.
@lealmurillo | Jornalista | Top Voice Linkedin | Palestrante e Professor | Storytelling e Conteúdo