Você também deixou passar coisas importantes na vida?

Murillo Leal
4 min readNov 10, 2022

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Sei que ainda tem muita coisa para rolar e estou me precipitando em adiantar aquele momento reflexão que bate na gente no fim do ano, do ciclo, dos tempos, sei lá.

Mais do que pensar no quanto o tempo tem passado depressa — sem saber se isso é bom ou ruim — chego ao final dos dias com uma impressão de que estamos vivendo alguma coisa estranha que não sabemos dar nome direito. Um certo automatismo que nos empurra para a mediocridade de uma vida que corre tanto que não temos tempo de ver. Não é possível que só eu esteja nessa.

Você sabe sobre o que estou falando. Parece que estamos naquela fase da nossa existência onde a vida esfrega na nossa cara todas as consequências das nossas escolhas passadas, cada coisa que rolou e que acabou trazendo a gente para o lugar exato em que estamos agora, parece carregar um peso enorme.

A leve impressão que passei a vida inteira olhando para o cardápio e batendo papo sem me dar conta do tempo e agora o garçom da vida vai vir a qualquer momento confirma se quero fazer um pedido porque a cozinha encerrará.

Se olharmos para a vida da maneira errada, acabaremos fatalmente concluindo que aproveitamos pouco as oportunidades que surgiram e que não valeu a pena as escolhas que tomamos.

Acredito que todo mundo tem na sua biografia uma perda de oportunidades de amar e ser amado, de ter vivido momentos alegres com mais frequência, de ter aceitado um trabalho e recusado outro, de ter sido mais maduro, de ter escolhido algo antes, de ter abandonado outros, de ter esperado certos coisas amadurecerem. Enfim, as oportunidade existem e sempre estiveram por aí.

E nessa lógica é fácil concluir que o sucesso não veio porque fomos para um caminho oposto. O interessante é que comecei a notar recentemente que, na realidade, algumas coisas não se tornaram melhores porque recusamos a aprender as lições que surgem em nosso caminho falho, equivocado ou mal escolhido.

Foi nessa época que comecei a considerar outras coisas na hora de escolher tudo que faço, penso ou digo. Decidi que a melhor postura para mim não era a de me recolher diante dos desafios e buscar um conforto paralisante, mas era ter a mente de estar disposto a conhecer o que ainda não conheço.

Quando surge uma nova oportunidade, preferimos ficar seguros em vez de arriscar. Foi-nos dito para temer o futuro, para não sair do lugar-comum e acreditar nas narrativas do que já consideramos verdadeiras em nossa vida.

Desde lá, eu já mudei bastante coisa. Sai de um casamento, abandonei meu emprego na imprensa, voltei para cidade natal, mudei de estado, morei na maior capital do mundo, estou cursando minha terceira universidade, fiz novos amigos sem entender como, fui em eventos e shows que sempre sonhei, lancei um livro de crônicas, estou terminando outro livro (que deve sair daqui a uns dias), voltei a tocar e estudar música, realizei o cerimonial inteiro do casamento de grandes amigos, palestrei para 10 pessoas e depois para outros 10 mil empreendedores… sei lá, tanta coisa legal.

Aí, quando lembro de tudo isso, fico pensando que não sou tão diferente, mais corajoso que a maioria das pessoas, mas eu decidi que ia mudar a forma como encararia as oportunidades, que ia me desafiar mais ao desconhecido, que não ia atrás de o que é conveniente, mas o que é eu queria e precisava fazer. Acho que isso mudou tudo.

Por outro lado, essa mentalidade me fez aprender que podemos renunciar a oportunidades que não se encaixam bem no momento de vida da gente, e podemos fazer isso sem se preocupar em decepcionar as pessoas ou queimar pontes que criamos atrás de nós.

Acho que o grande segredo não está na vontade de mudar, no desejo de transformar, no impulso de ir atrás das coisas, mas está na intensidade que nos tornamos honestos conosco mesmo.

É quando aprendemos a ser dignos da nossa própria confiança. Isso quer dizer topar ser aquilo que precisamos ser, mesmo que temporário, podemos conseguir subir, degrau a degrau para um lugar de mais sentido.

Para isso, temos que investigar sem medo sobre quem somos e o que queremos, e começar a ver os benefícios a longo prazo de sermos seletivos sobre as experiências que assumimos. Priorizar o que é importante.

É verdade que as oportunidades perdidas não o definem, mas pode te ajudar a ver o caminho de outra forma. Só porque você perdeu uma oportunidade não significa que você é um fracasso, significa que você está descobrindo uma obsessão para viver, uma razão para respirar e seguir.

Todo mundo comete erros. Alguns custam caro, outros menos, mas o importante é aprender com eles, não ignorar o cenário diferente e abracar o novo.

Em toda a minha vida até agora, perdi muitas oportunidades que encontrei, mas não menosprezei a potência do erros, dos sofrimentos e das dores que passaram em me colocar num local em que vida ainda pode me trazer oportunidades, que me leve onde você precisa ir para alcançar os objetivos da minha vida.

Para você pode ser só mais um texto, mas para mim é um recado importante para mim mesmo. Espero que seja para você também.

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Murillo Leal

#Jornalista e #escritor • TOP VOICE #linkedin 390 mil seguidores • Especialista em #storytelling • Colunista @rockcontent | murilloleal.com.br